Do Movimento ao Verbo.
Ação Corporal como Matriz da Comunicação e da Cognição.
De acordo com algumas pesquisas realizadas a partir da década de oitenta, as representações mentais referentes à linguagem e aos processos de comunicação guardam íntima correlação com os fenômenos corporais, inclusive os movimentos.
A partir desta fundamentação teórica (Damásio, 1996; Pinker, 1997; Thelen; Smith, 1997) procuramos selecionar os tipos e seqüências de movimentos voluntários que determinam diretamente certos produtos cognitivos, como ordem de raciocínio, seqüências verbais (silábicas e frásicas), percepção de tempos, ritmo e espaço.
Com o mapeamento de um caminho de comunicação que tem sua ignição nos movimentos musculares e que culmina nos processos cognitivos abstratos, podemos intervir no processo de raciocínio reorganizando padrões mentais inadequados a partir da reorganização dos padrões motores somáticos. O método utilizado para esta proposta é a observação a partir da aplicação de determinados exercícios físicos que demandam certas capacidades neurológicas, como o equilíbrio, a marcha, o domínio espacial, a percepção de ritmos, a coordenação motora geral e refinada e a diadococinesia (capacidade de realizar movimentos rítmicos e alternados).
Não há comunicação humana sem atividade corporal. Portanto, temos o conceito de corpo como mídia primária e fundamento da comunicação, principalmente no âmbito da linguagem e de seus processos comunicacionais intrínsecos.
O movimento corporal treinado e coordenado é o meio pelo qual se chega ao cérebro facilitando e, até corrigindo distúrbios de linguagem e aprendizagem.
Essa técnica pode ser aplicada a qualquer tempo, não há restrições de idade, pois lembramos que muitos adultos sofrem com distúrbios de aprendizagem e de linguagem, o que lhes acarreta muitas dificuldades profissionais, sociais e afetivas.
créditos:
texto: Dra. Judith Cristina Gouveia Nogueira